Bertha Lutz

Bertha Lutz

Bertha Maria Julia Lutz nasceu em São Paulo, no dia 2 de agosto de 1894. Foi uma ativista pelo feminismo, responsável direta pela articulação política que resultou nas leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos nos anos 20 e 30. Bióloga, política e uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX.

Em 1918, licenciou-se em Ciências Naturais, na Sorbonne de Paris, com especialização em anfíbios anuros. No ano seguinte, passou no concurso de docente e pesquisadora do Museu Nacional, tornando-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil.

Formou-se em Direito em 1933 pela Faculdade do Rio de Janeiro. No mesmo ano, representou o Brasil na Conferência Interamericana de Montevidéu – Uruguai, marco do início de seu trabalho diplomático pelo país, que teve continuidade posteriormente em representações na Conferência Internacional do Trabalho (realizada nos EUA, 1944) e, posteriormente, como militante na Conferência Mundial da Mulher, realizada pela Organização das Nações Unidas.

Foi eleita suplente para deputado federal em 1934, após duas tentativas malogradas de se eleger. Em 1936, assumiu o mandato na vaga deixada por Cândido Pessoa, num mandato que durou pouco mais de um ano. Suas principais bandeiras de luta eram mudanças na legislação trabalhista, prevendo direito das mulheres ao trabalho, direito à licença maternidade, equiparação de salários e direitos, e medidas contra o trabalho infantil.

Neste período, Bertha Lutz também foi ativa na defesa do conhecimento científico brasileiro, da formação científica, do combate a doenças, da proteção à natureza e conservação da fauna e da flora brasileira. Em 1937, com o golpe do Estado Novo e o consequente fechamento do Congresso Nacional, Bertha continuou sua carreira em órgãos públicos, a exemplo do cargo de chefia no setor de botânica do Museu Nacional, que ocupou até aposentar-se em 1965.

Integrou a delegação do Brasil à Conferência de San Francisco, realizada entre maio e junho de 1945. Esta conferência foi convocada para redigir o texto definitivo da Carta das Organizações das Nações Unidas. No encontro, seu trabalho de apoio político ao delegado da África do Sul, General Smuts, garantiu que o preâmbulo da Carta trouxesse o compromisso com a igualdade entre homens e mulheres e entre as nações. Por conta de sua atuação, Bertha foi convidada pelo Itamaraty a integrar a delegação brasileira à Conferência do Ano Internacional da Mulher, realizada no México, em junho de 1975.

Bertha faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de setembro de 1976. Atualmente, existe um sítio na internet dedicado à sua atuação política e científica. Trata-se do Museu Virtual Bertha Lutz, desenvolvido na Universidade de Brasília, com apoio do CNPq.

Referência:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bertha_Lutz