
A professora Michelle Reboita leciona no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos (POSMARH) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Brasil, desde 2010. Sua paixão por uma educação inclusiva tomou um rumo transformador em 2021, quando visitou o Paquistão por meio do projeto Asia Pacific Network (APN) de Pesquisa sobre Mudanças Globais intitulado “Towards Robust Projections of Climate Extremes and Adaptation Plans over South Asia” (DOI: 10.30852/p.4583), coordenado pelo Dr. Shaukat Ali, do Global Climate-Change Impact Studies Centre (GCISC), Paquistão.
Durante sua visita, a professora Reboita observou uma lacuna de gênero na ciência do clima no Paquistão e em países vizinhos do Sul e Centro da Ásia. Determinada a reduzir essa disparidade, ela trabalhou com a colaboração do Dr. Ali na reformulação de uma disciplina já existente intitulada “Meteorologia da América do Sul: Trópicos e Extratrópicos”. O curso reformulado, “Introdução às Ciências Atmosféricas: Um Olhar sobre os Hemisférios Sul e Norte”, incorporou exemplos comparativos de ambos os hemisférios, conectando conceitos meteorológicos globais a fenômenos locais relevantes, como a monção do Sul da Ásia.
Foi dada ênfase especial em tornar o curso acessível e significativo para participantes mulheres do Paquistão, Nepal, Uzbequistão e Bangladesh. Ao contextualizar o conteúdo com processos atmosféricos locais, o curso buscou derrubar barreiras e empoderar mulheres em um campo tradicionalmente dominado por homens: a ciência do clima.
Atualmente em sua quarta edição, o curso online de 60 horas é ministrado por meio da plataforma virtual da UNIFEI. A cada ano, cerca de 25 alunas asiáticas participam do curso. Com duração de quatro meses e encontros semanais, o curso combina fundamentos da física com conceitos meteorológicos avançados—abordando monções, sistemas climáticos, circulação atmosférico e padrões meteorológicos—sempre com ênfase nas realidades dos países das participantes.
Além da teoria, o curso destaca o desenvolvimento de habilidades práticas: as estudantes aprendem análise de dados, uso de ferramentas meteorológicas, navegação em bibliotecas digitais e interação com literatura científica. Como as participantes são registradas no sistema da UNIFEI, isso ajuda na valorização de seus currículos acadêmicos e perspectivas profissionais. Essa abordagem holística já mostrou resultados positivos, com muitas participantes iniciando carreiras de pesquisa ou sendo admitidas em universidades e instituições de destaque.
O forte enfoque na capacitação de mulheres pesquisadoras tem contribuído para a quebra de barreiras tradicionais e promovido a inclusão na ciência do clima. O formato online e a colaboração internacional fomentaram uma rede vibrante de colegas e especialistas, criando uma plataforma dinâmica de aprendizado intercultural e cooperação global. Estudantes de diferentes países e origens participam de trocas significativas, desenvolvendo sensibilidade cultural, habilidades de comunicação e espírito colaborativo.

Esse ambiente de aprendizado interétnico facilitou parcerias em projetos de pesquisa climática e proporcionou uma compreensão mais profunda dos fenômenos atmosféricos, especialmente aqueles que afetam o Sul da Ásia. A estrutura colaborativa também instilou um senso de responsabilidade compartilhada entre as participantes—abrindo caminho para esforços conjuntos na mitigação dos impactos das mudanças climáticas, troca de boas práticas e busca de soluções para os desafios ambientais regionais.
Por meio de seu envolvimento ativo em iniciativas de comunicação e políticas públicas, as estudantes vêm se destacando como uma nova geração de líderes climáticas na região. Sua atuação proativa está moldando não apenas suas trajetórias acadêmicas e profissionais, mas também influenciando políticas educacionais e ambientais com potencial de impacto social mais amplo.
O Dr. Stevenson, da APN, comentou: “A iniciativa atendeu à demanda urgente por dados climáticos de alta resolução e demonstrou o compromisso da APN com a capacitação inclusiva de gênero, o engajamento ciência-política e a colaboração regional.”
Mais de 100 alunas e jovens pesquisadoras já foram beneficiadas. O curso não apenas impulsionou o crescimento acadêmico, mas também fomentou a colaboração global e o fortalecimento de uma comunidade científica climática mais diversa e resiliente. Iniciativas como essa revelam talentos e perspectivas diversas, reforçando as capacidades globais, regionais e locais para adaptação e mitigação dos desafios climáticos—conduzindo-nos, em última instância, a um futuro mais sustentável e equitativo.
POSMARH Course on the Path to UNIFEI’s Internationalization

Professor Michelle Reboita has been teaching in the postgraduate program in Environment and Hydrological Resources (POSMARH) at Universidade Federal de Itajubá, Brazil, since 2010. Her passion for inclusive education took a transformative turn in 2021 when she visited Pakistan under the Asia Pacific Network (APN) Global Change Research project titled “Towards Robust Projections of Climate Extremes and Adaptation Plans over South Asia” (DOI: 10.30852/p.4583), coordinated by Dr. Shaukat Ali from the Global Climate-Change Impact Studies Centre (GCISC), Pakistan.
During her visit, Professor Reboita observed a gender gap in climate science across Pakistan and neighboring South and Central Asian countries. Determined to bridge this divide, she worked with Dr. Ali to redesign an existing course titled “South America Meteorology: Tropics and Extratropics.” The revamped course “Introduction to Atmospheric Science: A Look into the Southern and Northern Hemispheres” incorporated comparative examples from both hemispheres, connecting global meteorological concepts with locally relevant phenomena like the South Asian monsoon.
Special emphasis was placed on making the course accessible and relatable for female participants from Pakistan, Nepal, Uzbekistan, and Bangladesh. By contextualizing content with local atmospheric processes, the course aimed to break down barriers and empower women in the traditionally male-dominated field of climate science.
Now in its fourth cycle, the 60-hour online course is delivered through the Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)’s virtual platform. Each year, it enrolls around 25 Asian female students. Spanning four months with weekly sessions, the course blends fundamental physics with advanced meteorological concepts—covering monsoons, climate systems, atmospheric motion, and weather patterns—through the lens of the participant’s countries.
Beyond theory, the course emphasizes hands-on skills: students learn data analysis, use meteorological tools, navigate digital libraries, and engage with scientific literature. As participants are registered in the UNIFEI’s system, it helps them to enhance their academic credentials and career prospects. This holistic approach has already paid off, with many participants embarking on research careers or gaining admission to top universities and research institutions.
The course’s significant emphasis on capacity-building among female researchers has broken down traditional barriers and promoted inclusivity in climate science. Its online format and international collaboration have fostered a vibrant network of peers and experts, creating a dynamic platform for cross-cultural learning and global cooperation. Students from different countries and backgrounds engage in meaningful exchanges, building cultural sensitivity, communication skills, and collaborative spirit.

This inter-ethnic learning environment has facilitated partnerships on climate research projects and contributed to a deeper understanding of atmospheric phenomena, particularly those affecting South Asia. The collaborative framework has also instilled a sense of shared responsibility among participants—paving the way for joint efforts to mitigate climate change impacts, share best practices, and find solutions to regional environmental challenges.
Through their active engagement in policy outreach and communication initiatives, female students are emerging as a new wave of climate leaders across the region. Their proactive involvement is not only shaping their academic and professional trajectories but also influencing educational and environmental policies with the potential for broad societal impact.
Dr. Stevenson from APN remarked, “The initiative met the urgent demand for high-resolution climate data and demonstrated APN’s commitment to gender-inclusive capacity-building, science-policy engagement, and regional collaboration.”
More than 100 female students and young researchers have benefited so far. The course has not only advanced academic growth but also fostered global collaboration and a stronger, more diverse climate science community. Initiatives like this unlock diverse talents and perspectives, reinforcing global, regional, and local capacities to adapt to and mitigate climate challenges—ultimately steering us toward a more sustainable and equitable future.