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Ideias equivocadas sobre a ciência e o trabalho do cientista motivaram a realização da pesquisa “Artigos da revista Minas Faz Ciência: a divulgação científica sob o olhar da sociologia da ciência”, de Gabriela Belini Gontijo, ex-aluna do Mestrado em Ensino de Ciências da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), atualmente professora efetiva na Escola Estadual Coronel Carneiro Júnior, na mesma cidade.
Em sua pesquisa, orientada pela professora Jane Raquel Silva Oliveira, do Instituto de Física e Química (IFQ), Gabriela analisou várias evidências sobre o funcionamento da ciência e o trabalho do cientista, tomando como base textos da revista de divulgação científica Minas Faz Ciência, produzida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Segundo a professora Jane, “quando se pergunta a estudantes da educação básica, ou até mesmo para adultos distantes do meio acadêmico, como é o trabalho de um cientista, a resposta geralmente está associada à visão caricaturada de cientista maluco, isolado da sociedade e trabalhando sozinho em um laboratório”. Para ela, não é comum as pessoas pensarem nesse trabalho como algo que envolve colaborações, gerenciamento de recursos humanos e financeiros, trâmites burocráticos, publicações, disputas, patentes e preocupações com a carreira, entre outros.
A pesquisa realizada fez parte do projeto “Nos bastidores da ciência: popularizando o saber e o fazer científico”, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Um dos produtos desse projeto foi a criação do material educativo “Nos bastidores da ciência”, o qual tem como objetivo apresentar aos estudantes alguns aspectos da prática da ciência pouco conhecidos do grande público.
O material está publicado na forma de e-book e disponível gratuitamente por meio do link http://www.letraria.net/site/nos-bastidores-da-ciencia-conhecendo-o-trab…. Além disso, foram impressas algumas versões do material na forma de livreto, que serão distribuídas a estudantes da educação básica e professores que tenham interesse em abordar essa temática com seus alunos.
Na introdução da versão eletrônica do livro, as autoras Gabriela e Jane explicam: “Este material foi pensado como recurso educativo para alunos dos anos finais do ensino fundamental ou alunos do ensino médio, embora a linguagem e a forma de abordagem que procuramos dar ao texto possibilitem que ele seja usufruído por diferentes públicos, não somente o escolar, mas também o de várias idades. Ainda que seu uso esteja atrelado ao contexto escolar, acreditamos que ele possa ser usado em várias disciplinas, não se limitando apenas àquelas ligadas às ciências da natureza”.
As autoras acreditam que materiais dessa natureza possam auxiliar na desconstrução de ideias equivocadas ou mesmo ingênuas sobre o trabalho do cientista. “É necessário que as pessoas vejam a ciência de uma forma mais realista e menos idealizada, capazes até de questionar seus resultados, já que isso é um exercício de cidadania”, defendeu a professora Jane.[:]