PERSONALIDADES DO MURO
- Página inicial
- /
- Personalidades do Muro
- /
- Extensão
- /
- Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner
Johanna Döbereiner

Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner (Aussig, 28 de novembro de 1924 – Seropédica, 5 de outubro de 2000) foi uma engenheira agrônoma brasileira, pioneira em biologia do solo.
Johanna formou-se em Engenharia Agronômica em 1950 pela Escola Superior de Agronomia Freising-Weihenstephan da Escola Superior Técnica de Munique. Poucos meses depois, veio para o Brasil, a convite do pai dela, que emigrou para o país em 1948, onde ela foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola, atual Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia da Embrapa, localizado no município de Itaguaí, atual Seropédica, estado do Rio de Janeiro.
Naturalizada brasileira em 1956, obteve grau de mestre pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, em 1963. Posteriormente fez um curso de bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris.
Por ocasião da introdução da soja no Brasil na década de 60, Johanna tomou partido em favor do aproveitamento das associações entre plantas e bactérias fixadoras de nitrogênio, opondo-se à utilização de adubação nitrogenada obrigatória, desenvolvendo uma tecnologia capaz de diminuir ou até mesmo eliminar nossa dependência dela, poupando, atualmente, entre um e dois bilhões de dólares por ano. Tal tecnologia faz com que o Brasil tenha o menor custo de produção de soja do mundo, estabelecendo-se como um dos maiores produtores. Johanna também é conhecida por primeiro descrever, em 1974, a ocorrência de uma associação entre bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Azospirillum e a gramínea Paspalum notatum. Posteriormente, bactérias do mesmo gênero foram descritas para milho e forrageiras. Em 1988, escreve a associação entre a bactéria endofítica fixadora de nitrogênio Gluconacetobacter diazotrophicus e cana de açúcar. Os resultados mais espetaculares dos seus estudos com esta associação foram observados com algumas variedades de cana de açúcar, capazes de apresentar altas produções, acima de 160 t/ha, com até 200 kg de nitrogênio derivados de sua associação simbiótica com esta bactéria. Johanna, com seus estudos, levou à descoberta de 9 espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio associadas a gramíneas, cereais e tuberosas.