UNIFEI

Itajubá sedia Seminário Nacional de Políticas Culturais e Ambientais

[:pb]

Representantes de todas as regiões do país prestigiaram o evento.
Representantes de todas as regiões do país prestigiaram o evento.

A primeira exposição ficou a cargo de José Márcio de Barros (UEMG/PUC/MG) e José Rogério Lopes (Unisinos/RS).
A primeira exposição ficou a cargo de José Márcio de Barros (UEMG/PUC/MG) e José Rogério Lopes (Unisinos/RS).
Mesas redondas e grupos de trabalho enriqueceram a programação do evento.
Mesas redondas e grupos de trabalho enriqueceram a programação do evento.

Aconteceu no campus sede da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), o II Seminário Nacional de Políticas Culturais e Ambientais com o propósito de levantar os questionamentos e influenciar os encaminhamentos das políticas públicas e sociais nos campos da cultura, biodiversidade e diversas tecnologias sociais nas instâncias públicas e privadas, locais, regionais e nacional.

O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Desenvolvimento (Neid) e pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade (PPG DTecS) da Unifei, sob coordenação do professor Carlos Alberto Máximo Pimenta. “Há uma rede de pesquisadores de todo o Brasil que vem estudando, há certo tempo, temas da biodiversidade e diversidade cultural, territorialidades, práticas e aprendizagem culturais, memória, patrimonialização, gestão, inovação, tecnologias, artesanato, artefatos, saberes e geração de renda. E para que todo esse estudo seja exposto ao público, idealizamos esse Seminário, que já está na segunda edição”, contou Pimenta, fazendo referência à primeira edição do evento, que aconteceu na cidade de São Leopoldo – RS.

O Seminário contou com uma conferência de abertura no Auditório Professor João Luiz Carneiro Rennó (Elétrica). O tema ‘Do latente ao manifesto: biodiversidade e biojoias como novas representações de valor’ foi debatido pelo antropólogo José Rogério Lopes, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e por José Márcio de Barros, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG).

Segundo o professor José Rogério, a importância do evento foi integrar pesquisadores de 17 Estados do Brasil e outras 33 universidades, discutindo projetos e programas que não criem dicotomia da relação entre cultura e natureza. “Aqui vemos políticas culturais ambientais como políticas que compõem um único olhar sobre a vida. Num segundo momento, podemos entender o papel da tecnologia contemporânea na efetivação desses propositivos da vida, envolvendo a sociedade, em geral por meio de projetos que estão em desenvolvimento no Brasil e alguns projetos em outros países com os quais essa rede de pesquisadores tem intercâmbio, como México, África e Argentina”, avaliou José Rogério.

O palestrante e debatedor José Márcio, abordou conceitos que são operantes para a vida da sociedade, no meio empresarial, no mercado e na universidade, como o conceito de inovação. “As relações entre cultura, meio ambiente e tecnologias são cada vez mais indissociáveis. A força desse encontro e a singularidade de acontecer dentro de uma universidade, que tem uma produção tão ligada a tecnologia, lembram que toda tecnologia é acionada por sujeitos, e sujeitos são acionados pela sua cultura. Dissociar isso é empobrecer a questão. Temos que ressaltar que, todo o desenvolvimento tecnológico deve ser colocado a serviço do desenvolvimento humano”, avaliou o debatedor.

Estiveram presentes da abertura do Seminário os professores Dagoberto Alves de Almeida, reitor da Unifei; Carlos Eduardo Sanches da Silva, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação; Carlos Henrique Pereira Mello, diretor de Tecnologias Empresariais; José Arnaldo Barra Montevechi, diretor do Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG), e Adilson da Silva Neto, coordenador do PPG DTecS. Ainda no primeiro dia, houve uma apresentação cultural do Trem do Nada, com o violeiro Mateus Siqueira Leite.

No segundo dia do Seminário, aconteceu uma mesa redonda que tratou do desenvolvimento local somado às políticas culturais, diversidades e tecnologias. A atividade foi realizada no prédio onde se encontram o Núcleo de Educação a Distância (NEaD) e o Centro de Educação (Ceduc) da Unifei.

Convidada como expositora, Carmem Lúcia Arruda, doutora em Ciências Sociais, compartilhou sua experiência na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre a cultura na instituição de educação superior. “Estamos, há quatro anos, trabalhando na tentativa de construir uma política de desenvolvimento cultural para a Unicamp e, com isso, avaliar essa questão da cultura dentro das instituições de ensino superior, não apenas no Brasil, mas também fora, trazendo os porquês de isso estar hoje em evidência”, explicou Carmem.

Para ela, as faculdades e universidades sempre tiveram na sua pauta a pesquisa e a inovação como forma de contribuição para a sociedade. “Mas, hoje, as exigências dessa sociedade são outras. Cada vez mais, as pessoas querem estar presentes e participar na realização da universidade, e a cultura se coloca como uma via de diálogo muito importante, mesmo porque há denominadores comuns, próximos de uma outra linguagem das pessoas que estão fora da universidade, mas dividem o mesmo contexto”, declarou Carmem, almejando que esse movimento da cultura institucionalizada aconteça de fato dentro das instituições.

Também participou da mesa Marco Aurélio Paz Tella, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que expôs sua pesquisa envolvendo a cultura hip hop como elemento importante no estudo da interiorização, “um reflexo cultural do gueto”, como ele declarou.

Outro debatedor foi o historiador Moacir José dos Santos, da Universidade de Taubaté (Unitau), que avaliou a discussão do assunto dentro da universidade como início de algo que vai influenciar na sociedade posteriormente. “Vai refletir no amadurecimento e na interlocução social maior, mesmo porque essas questões de desenvolvimento são cada vez mais visíveis, e esse é o momento de preparar a repercussão e elaboração de saberes”, disse Moacir.

O Seminário contou ainda com outras mesas redondas e grupos de trabalhos que tiveram as participações de André Luiz da Silva, da Unitau; Breno Augusto Souto Maior, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Edson Silva de Farias, da Universidade de Brasília (UnB); Jorge Miklos, da Universidade Paulista (Unip), e Maria Helena Ferreira Penteado, do Observatório Sul Mineiro de Políticas Culturais.

Fotos do evento podem ser acessadas em: https://goo.gl/gx4LvG[:]

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